Referente ao trabalho anterior, o acto de atirar tinta e a diluição desta, tentei dirigir-me ao centro daquilo que me interessava. Comecei a aperceber-me que trabalhos anteriores revelavam, de alguma forma, o meu conceito de liberdade. Revia os meus ideais de juventude e quis integrar sonhos e fantasias, caracterizados pela cor e formas soltas da tinta, na realidade que me rodeia. Para materializar esta integração, senti necessidade de suportes que não vincassem uma separação tão rígida entre o meu mundo interior e o que está à minha volta.
Procurei materiais que fossem transparentes:
como o vidro e a própria água.
Tudo se poderia resumir a um berlinde, cuja forma fluída e colorida se adapta ao que está à volta através da transparência do vidro, como uma alusão a um mundo.
Nas formas diluídas dos meus trabalhos vejo paralelismos com a natureza, como as nuvens e a água que actuam por si só, sem qualquer intervenção humana.
Trata-se de uma contemplação daquilo que incorpora, flui e paira