Ao trabalhar em cartão, a tinta solta-se através do meu gesto; assume-se um fisicismo na relação do meu corpo com o espaço. O espaço comporta o vazio o qual tem ´presença´ e simultaneamente, o lugar onde o gesto surge. O gesto assume-se como forma e patenteia o processo de paragem e movimentos rápidos ou lentos.
Confia-se na sua casualidade, porém esse automatismo constrói, paradoxalmente, uma imagem ordenada (mas não pré-ordenada). As subtilezas da grafite e do pastel e a tinta mais ou menos diluída pairam num equilíbrio próprio, mais precisamente, situam-se no ponto intermédio entre controlo e descontrolo.